O clima quente e úmido - que favorece a proliferação de fungos e bactérias - e as idas mais frequentes à praia e à piscina, fazem do verão uma estação propícia ao aparecimento de doenças de pele. No entanto, aquele solzinho despretensioso que tomamos na cidade e até dentro do carro, também pode trazer consequências graves para a derme, em longo prazo.
De acordo com a dermatologista Adriane Faria, da Paraná Clínicas Planos de Saúde Empresariais, as principais doenças de pele no verão são: micose, queimadura solar e bicho geográfico. A mais preocupante, no entanto, é a queimadura solar, porque tem efeito acumulativo e pode ser a raiz de um futuro câncer de pele. "O número de queimaduras intensas e precoces aumenta o risco de melanoma, considerado o pior tipo de câncer de pele", alerta a especialista.
Para se proteger desses efeitos nocivos do sol, que podem causar envelhecimento, rugas, manchas e engrossamento da pele, a dermatologista aconselha o uso de filtro solar fator 30. "Não vale aplicar apenas no rosto, é preciso que o protetor seja aplicado em todas as partes do corpo que estão para fora da roupa", explica Adriane. "É muito importante que as pessoas usem filtro solar durante o ano inteiro, inclusive nos dias nublados. Os raios ultravioletas (UV) nos atingem, mesmo quando o sol está entre nuvens, prejudicando a pele", explica Adriane. "Mesmo na cidade, pequenas exposições ao sol podem trazer consequências irreversíveis ao longo dos anos", completa.
As outras doenças da pele, próprias do verão, possuem efeitos menos nocivos, porém podem ser prevenidas. As micoses mais comuns são as que acometem o couro cabeludo, mucosas, unhas e entre os dedos dos pés. Segundo Adriane, os sintomas desta doença podem ser silenciosos ou se manifestar através de manchas na pele e coceira.
"O diagnóstico das micoses é feito pelo exame clínico ou através de exames laboratoriais", diz a especialista. "O tratamento é individualizado e varia para cada paciente, conforme o tipo de micose e extensão das lesões, devendo ser prescrito pelo médico, após uma avaliação adequada", afirma. Adriane alerta que para prevenir micoses, é preciso secar bem os pés e utilizar piscinas que exijam exames médicos.
Já o bicho geográfico é uma infecção causada pela penetração das larvas Acylostoma braziliensis na pele. Cães e gatos parasitados depositam suas fezes na areia provocando a reprodução dessas larvas. "O bicho geográfico gera coceira, que pode ser moderada ou intensa", diz Adriana. Para prevenir, é importante não frequentar praias sujas ou que tenham cachorros. "O tratamento é individualizado para cada paciente, mas pode compreender medicações orais e produtos tópicos, que devem ser prescritos pelo médico", completa a dermatologista. |
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