Pesquisas em todo o mundo mostram a importância do Sol
para a produção da vitamina D
Chegar
bem cedo à praia, deitar na areia e tomar sol até a pele ficar bronzeada
é costume de muitos brasileiros. Apesar dos alertas dos dermatologistas
de que o excesso de exposição à radiação ultravioleta (UV) causa câncer
de pele, o fato é que, para muitos pesquisadores, a sua quase ou total
anulação também pode acarretar riscos.
Esse lema é defendido pelo médico John
Cannel, presidente do Conselho da Vitamina D, organização americana sem
fins lucrativos que tem por objetivo extinguir o déficit do nutriente
nas pessoas. Cannel revela que “tomar sol é imprescindível para a
produção de vitamina D, elemento essencial para fortalecer o sistema
imunológico e garantir o bom funcionamento do organismo”.
Impulsionado em divulgar os
benefícios da substância e recentes descobertas no tratamento e
prevenção de doenças, Cannel tem feito palestras em todo o mundo
alertando sobre a importância da vitamina D para o bem estar das
pessoas. “Constatei que a pele produz aproximadamente 20 mil unidades
internacionais (UI) de vitamina D em resposta a vinte ou trinta minutos
de exposição solar, um número cem vezes superior ao recomendado pelo
governo dos Estados Unidos, que é 200 UI por dia”. Esta descoberta mudou
a minha vida”.
Recomendações – Não
faltam publicações enaltecendo o poder terapêutico da substância. Na
última reunião da Academia Americana de Pediatria, em outubro do ano
passado, em Boston, instituiu-se, com base em recentes pesquisas, a nova
recomendação para a dose diária da vitamina D em bebês. O valor subiu
de 200 UI para 400 UI em crianças de qualquer latitude e cor de pele.
O Canadá já havia feito esta mesma
prescrição, anteriormente. Estudos realizados pelo Instituto de
Investigação do Câncer, em Oslo, na Noruega, concluíram que tomar sol
com moderação pode trazer mais benefícios do que riscos. Esta pesquisa
também constatou que, em países próximos do Equador, como Brasil e
Austrália, as pessoas produzem 3,4 vezes mais vitamina D do que quem
vive na Grã-Bretanha, e 4,8 vezes mais do que na Escandinávia.
É de que a falta de vitamina D pode aumentar o risco de
doenças cardiovasculares. Este estudo associou baixos níveis da vitamina
a fatores de risco como hipertensão, obesidade e diabetes.
Munido dessas e de outras pesquisas
divulgadas por renomados centros de pesquisas, John Cannell, que é uma
das mais importantes lideranças dentro do debate internacional sobre a
vitamina D, alerta para a relação entre os baixos índices da substância a
males como o mal de Parkinson, autismo, doenças auto-imunes e
diferentes tipos de câncer como o de mama, colo de útero e próstata,
dentre outros.
“Os estudos indicam que ao evitar se expor à radiação
solar com frequência, a pessoa precisa ingerir cerca de 5 mil UI de
vitamina D por dia”, diz. Só para ter ideia do que esta quantidade
significa, seria necessário beber cinquenta copos de leite ou tomar dez
tabletes de multi vitaminas para atingir esta prescrição.
Nada disto é
aconselhável”. No entanto, o médico alerta para o excesso da ingestão da
substância: “Algo acima de 20 mil UI pode se tornar prejudicial à
saúde”.
Quando perguntado sobre a recomendação
de exposição solar para pessoas que moram em cidades como Salvador, onde
a incidência de raios UV e UVB é alta durante todos os dias do ano, o
médico americano disse: “Bastam apenas quinze minutos. Metade de costas e
metade de frente”.
OMS – Diante das
calorosas discussões entre pesquisadores sobre os benefícios e males da
exposição à radiação ultravioleta, um relatório da Organização Mundial
de Saúde, publicado em 2006, define algumas considerações importantes. O
documento diz que entre as medidas de precaução recomendadas está a
limitação do tempo da exposição ao Sol nos horários em que os raios
ultravioletas são mais intensos. Outras observações são o aproveitamento
dos espaços sob a sombra e o uso de protetor solar com fator de
proteção acima de 15.
A notificação desaprova o bronzeamento
artificial, e sugere que seja proibido para menores de 18 anos. Além
disso, a OMS recomenda a procura de um médico para avaliar a saúde do
paciente. Quinze minutos de exposição solar é o bastante para uma vida
saudável.
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