Muitas alimentos têm funções que vão além da nutrição e podem tornar-se aliados na batalha contra doenças inflamatórias.
Isso ocorre porque o controle da inflamação é feito pelo corpo através de hormônios que a intensificam ou a diminuem a fim de permitir que o processo inflamatório ocorra quando realmente necessário, seja para reparar uma lesão ou para proteger contra uma infecção. Como os alimentos têm efeito importante nos níveis dos hormônios, logo, podem ativar ou inibir uma ação inflamatória.
Uma dieta rica em alimentos anti-inflamatórios pode prevenir e bloquear a inflamação, fortalecendo o sistema imunológico e o equilíbrio de todas as funções básicas do organismo.
Entre os alimentos com maior ação anti-inflamatória se destacam os ácidos graxos ômega-3, encontrados no azeite de oliva extravirgem e peixes de águas frias (salmão, atum, bacalhau, arenque, cavalinha, sardinha e truta).
No organismo, estes ácidos são convertidos em substâncias semelhantes aos hormônios, que reduzem as inflamações.
Chá verde, alho, aveia, cebola, crucíferas (brócolis, couve-flor e repolho), semente de linhaça, soja, tomate e uva são alimentos com substâncias bioativas que têm ação na modulação do processo inflamatório e são antioxidantes.
"Algumas inflamações podem oxidar as células que constituem as paredes do vaso sanguíneo. No entanto, os alimentos antioxidantes podem ajudar a evitar estas lesões", alerta a nutricionista Roseli Rossi.
A inflamação, muitas vezes, pode aumentar o risco de desencadear certas doenças, como: câncer, diabetes, doenças cardiovasculares, obesidade, Alzheimer, alergias e artrite.
Para se alcançar o efeito de anular alterações no sistema imunológico, o cardápio de alimentos antiinflamatório deve ser composto de cereais integrais com baixo ou moderado Índice glicêmico (IG) e, consequentemente, baixa carga glicêmica.
Batata assada, batata frita, bolos, biscoitos, trigo branco, farinha integral e cream cracker são alguns dos alimentos que apresentam alto índice glicêmico que, em vez de inibirem a inflamação, acabam estimulando.
"A inflamação não pode ser vista só como ponto negativo.
Considerada uma resposta do organismo, ocorre tanto para melhorar um ferimento como proteger contra uma infecção", completa a nutricionista Roseli. O processo inflamatório serve como barreira para os microorganismos não penetrarem nas mucosas e feridas de tal forma a comprometer o organismo. Além disso, a inflamação resulta na cicatrização de lesões.
Os hormônios que estimulam a inflamação são sintetizados a partir dos ácidos graxos ômega-6, encontrados em óleo de milho ou girassol, soja, sementes de girassol, gergelim, castanhas e nozes. "Os ácidos graxos ômega-6 estimulam a inflamação e os ácidos graxos ômega-3 diminuem o processo inflamatório. Por isso a necessidade de consumi-los em equilíbrio" afirma a nutricionista.
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