Fundamental para a saúde, a vitamina D pode prevenir inúmeras doenças, inclusive as autoimunes e neurodegenerativas. Em 1995, foram registrados mais de oito milhões de casos de doenças autoimunes, e nos Estados Unidos, um em cada 31 americanos tinha alguma deficiência de vitamina D. Em 2010, o número de casos saltou para 30 milhões e um em cada 10 americanos possui essas enfermidades. Ficar exposto ao sol, em média 20 minutos por dia, é essencial para adquirir essa vitamina.
Além do tempo, a quantidade de sol
necessária para repor a vitamina D depende da idade, cor da pele e
quantidade de roupa; o ideal é vestir roupas leves
Segundo o neurologista e professor do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Cícero Coimbra, que conduz importantes estudos sobre o tema, a maneira mais fácil e eficaz de adquirir essa rica vitamina é tomar sol no início da manhã ou no final da tarde, quando os raios ultravioletas não estão tão fortes. "É importante ter em mente que o resultado não é o mesmo com o sol do meio-dia, que provoca câncer de pele", orienta o médico. O especialista acrescenta que a quantidade de sol necessária para repor a vitamina depende da idade, da cor da pele e da quantidade de roupa – o ideal é vestir roupas leves, como bermuda e camiseta.
É importante pelo menos 15 minutos de sol que deve ser antes das 10:00hs da manhã e sem protetos solar pelo menos tres vezes por semana, diretamente na pele.
Existem outras formas de garantir a substância. Alimentos como óleo de peixes, laticínios, gema de ovo, azeite de oliva, cereais integrais e frutas secas têm doses de vitamina D. Suplementos também são uma opção, mas só devem ser consumidos sob orientação médica. Atualmente, a dose administrada pelos médicos é de 200 UI por dia, quando, na verdade, o ideal seriam 10.000 UI diários, ou seja, 50 vezes mais, segundo o especialista.
Com o apoio de empresas como a Unimed ABC, por exemplo, Coimbra realiza pesquisas sobre os benefícios da vitamina D nos casos de esclerose múltipla. O especialista afirma que, além da esclerose múltipla, a substância pode prevenir doenças como 17 variedades de câncer, derrame, hipertensão, espondilite, artrite, vitiligo, diabetes, depressão, osteoporose, psicológicas, entre muitas outras.
"Durante as pesquisas sobre esclerose múltipla, pude perceber que existem três coisas que tornam obrigatória a correção da deficiência. A maioria das pessoas que tem o problema está com níveis de vitamina D inferiores aos da avaliação normal; quanto mais baixo for o nível de vitamina D, mais grave é a doença, e a documentação de no mínimo 5 mil UI de vitamina D já provoca redução de mais de 50% das crises", finaliza Cícero.
*Cícero Galli Coimbra é graduado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, especialista em medicina interna e neurologia pela mesma instituição, e em neurologia pediátrica pelo Jackson Memorial Hospital da Universidade de Miami, EUA. É mestre e doutor em Neurologia pela Unifesp e pós-doutorado pela Universidade de Lund, Suécia. Hoje, atua como Professor Livre Docente do Departamento de Neurologia e Neurocirurgia da Unifesp, onde dirige o Laboratório de Fisiopatologia Clínica e Experimental. Atua na área de Medicina (Neurologia e Clínica Médica), com ênfase em doenças neurodegenerativas e autoimunes
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